Na última postagem desta página (No túnel do tempo...) abordei o anacronismo da nossa escola e suas consequências para a indisciplina dos alunos. Sintetizando, o argumento central era: alunos do presente apresentarão comportamentos considerados inadequados em uma "escola do passado". Nesse jogo de forças, algumas escolas ainda não entenderam que, enquanto os cientistas não inventarem uma máquina do tempo, é mais fácil elas se atualizarem que os alunos se comportarem como os de décadas atrás.
Felizmente, é possível ver que algumas escolas têm chegado à conclusão de que as mudanças nas práticas educativas são tão necessárias quanto viáveis. E aquelas que se propõem a superar o medo inicial, decorrente de toda perspectiva de mudança, são premiadas com uma escola ao mesmo tempo eficiente na consecução de seus objetivos e prazerosa para todos que a frequentam.
Os vídeos aqui postados (bem como os vídeos sobre a Escola Municipal Casa Meio Norte, da postagem "É o amor??????", na página principal) mostram diversas possibilidades de mudança, de inovações, com o objetivo de adequar o ensino ao aluno de hoje. Um aluno que tem a necessidade de debater, de interagir, de trabalhar em grupo, de pesquisar; um aluno que tem a possibilidade de buscar informação na internet ou em outras mídias, que tem a imagem (móvel ou estática) como aliada das letras no processo de aprendizagem; enfim, um aluno que vive o presente com um pé no futuro e que não aceita dar nenhum passo para trás quando o assunto é a construção do seu conhecimento.
Quebrar paredes ao invés de reforçá-las, transformando a escola num grande espaço de aprendizagem coletiva e colaborativa; quebrar os limites do ano letivo, propondo projetos de trabalho e respeitando o ritmo de cada aluno; quebrar as amarras do espaço físico e extender o horizonte até onde o virtual alcança, oferecendo computadores de baixo custo e softwares educacionais que introduzem de vez nossos alunos das camadas populares na cultura digital, na nova cultura da aprendizam; enfim, quebrar de vez com a imobilidade das carteiras em fila, da longa escuta silenciosa, dos ritmos homogêneos, da reprodução acrítica e da aprendizagem inútil.
A mudança começou e é um caminho sem volta...