Imagina que você precisa de algumas informações, com uma certa urgência, e um amigo seu, que mora em outro estado, promete te enviar. Mas, ele te avisa que vai demorar um pouco, pois ele vai datilografar as informações - tendo o cuidado de fazer uma cópia com papel carbono - e, em seguida, colocar no correio. Agora, imagina que vizinhos te convidaram para assistir a final da copa do mundo e, chegando lá, você percebe que estão todos diante de uma Telefunken em preto e branco.
Você pede para fazer uma ligação para aquele amigo do outro estado e os vizinhos, atenciosamente, te mostram onde está o telefone e dizem para que fique à vontade. Qual seria a sua reação ao saber que você teria que discar os treze números e rezar para não dar ocupado, pois precisaria repetir esta operação diversas vezes?

Após o jogo, os amigos insistem que você fique, pois vai rolar uma festinha com uns discos bem legais do Bill Haley, que eles acabaram de comprar.

Vamos, então, dar sequência ao nosso exercício de imaginação e tentar pensar em como os nossos alunos se sentem ao serem submetidos a tecnologias e procedimentos que foram inventados há séculos!!!
Talvez, mais que desconfortáveis, eles se sintam mesmo indignados, revoltados, inconformados, desanimados, desolados, etc., etc., etc... Obviamente, a expressão desses sentimentos vem na forma daquele comportamento que mais preocupa e incomoda o profesor: a indisciplina.

Parece mesmo que a escola é a única que não percebe que tudo mudou à sua volta. Objetos, comportamentos, valores, objetivos, enfim, praticamente nada que esteja para além das nossas necessidades biologicas é realizado como era há vinte ou trinta anos passados. Mas, infelizmente, nossas salas de aula ainda são as fiéis representantes de como se educava no sécuo XIX.
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